Como não se haviam de rir aqueles entes por quem se estremecia, quando soubessem dos beijos ardentes que ele dera na florinha agreste, e da risada desdenhosa que de repente o chamara à realidade!
Passou-lhe pela ideia traçar o quadro de Guida como ele a vira. Sua família teria curiosidade de conhecer essa moça de que Fábio naturalmente havia de contar as travessuras. Insensivelmente o lápis começou a traçar no papel o primeiro e leve esboço do quadro que lhe ficara gravado no espírito plástico.
Ricardo nunca aprendera desenho com mestres da arte. Sentira em si a intuição da forma, e cultivara essa disposição natural, guiado pelas próprias observações. Não teve necessidade de que lhe ensinassem as regras da perspectiva, pois as tinha diante dos olhos nas paisagens que se desdobravam pelas lindas várzeas de São Paulo.
Deus criou três linguagens para o artista: a linguagem da forma, a pintura; a linguagem dos sons, a música; e a linguagem da palavra,