Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/137

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— Eu desconfio que é o Visconde da Aljuba.

— Como? exclamou Guida na maior surpresa.

Ela não compreendia de que modo pudesse o usurário arredar a Ricardo de sua casa.

— Aí está o enigma!

— Brigou com o visconde?

— Não; briga não houve. Apenas Ricardo enxotou-o do escritório.

Guida aplaudiu com riso franco.

— Mas por quê?

— Decifre. Não lhe disse que é um enigma?

— Vamos a ver.

— O tal visconde é um especulador terrível. De tudo faz negócio. Nascimentos e óbitos, casamentos e divórcio, heranças e dotes, nada lhe escapa. Não foi debalde que ele começou por belchior! Pois o homem parece que lembrou-se de propor um dos seus “negocinhos” a Ricardo...

— Ah!...

— Paulistas, a senhora sabe como são desconfiados. Ricardo não quis ouvi-lo; mas como o homem valeu-se de seu nome... disse Fábio hesitando.