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Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/16

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Antes de montar o loro frouxo descia o estribo até o ponto de não constranger; elevando-se rapidamente sobre esse apoio, de um salto a moça galgava o selim; e recolhendo então o loro, prendia-o mais curto, encaixando o ilhó no gancho.

Assim tinha ela a liberdade de apear-se quando queria, durante o passeio, e montar sem auxílio estranho.

Já estava com o pé no estribo, e a ampla saia do roupão mostrava a ponta da bota castanha a brincar sobre o disco de aço quando, tomada de súbito desgosto, afastou-se de Edgard:

— Aborrece-me este cavalo!... disse ela com enfado. Pedro!...

O preto acudiu.

— Não há outro animal para mim?

— E o alazão? perguntou o preto embasbacado e apontando para o isabel.

— Não quero este!... É muito feio.

— Oh! que injustiça! disse Ricardo sorrindo.

— O senhor acha bonito?

— É um soberbo animal.

— Pois vá nele.