— É natural. Somos uma raça tão diversa! Eles hão de achar os nossos extravagantes.
— Oh! quanto a extravagância, quero contar-lhe o desfecho de um que li há tempos; creio que é de... Não me lembro! disse Guida com certo assomo nervoso.
Fitou a moça os olhos nas grinaldas que pendiam da janela, acompanhando o volutear de um colibri que chupava o mel das flores. Deste modo não se podia cruzar o seu olhar com o do advogado.
— O título... não me lembro. Era uma moça, filha de um banqueiro muito rico. Quanto à descrição, imagine o senhor, que sabe desenhar: o romancista a dá como bonitinha; não era nenhum primor; bem longe disso.
— Aí está-se revelando a escola inglesa, observou Ricardo.
Riu-se Guida maliciosamente da observação do moço, e continuou:
— O pai tinha declarado à filha quando ela tornou-se moça, que a não constrangiria, mas ao contrário lhe deixava plena liberdade para