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Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/237

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— Meu tio! Vm. prometeu-me que não contaria a Bela, disse o Lemos com exprobração.

— Mas é necessário que ela saiba, para perder a ilusão em que vive; portanto dispense-me da palavra que lhe dei.

— Perdão, meu tio, eu o respeito muito, mas neste ponto não devo condescender. Bela pode suspeitar que são meios empregados para demovê-la de sua resolução.

— Todos sabem que você é incapaz disso.

— Embora; não quero ser portador de más novas.

— Mas o que é, meu pai? perguntou Bela. Alguma notícia triste?

— Eu lhe digo. Ao passo que você espera com uma constância nunca desmentida ao homem a quem prefere sem razão, o ingrato lá na corte está tratando de arranjar um casamento rico.

— Ricardo? disse Bela com sublime confiança. É impossível, meu pai.

O Dr. Lopes desdobrou a carta que tinha em mão e apresentou-a à filha.

— Ainda duvida? Pois leia, Bela!