Saltar para o conteúdo

Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/278

Wikisource, a biblioteca livre

não trocaria o copo d'água cristalina, que bebeu depois do melado, pelo mais esquisito champanha.

— O senhor é que ainda não quis casar? disse D. Joaquina, preparando-lhe uma chávena de café.

— Creio que fiquei para tio, disse Ricardo sorrindo.

— Qual!... A dificuldade é encontrar aí algum peixãozinho que lhe ponha feitiço; como um que veio aqui outro dia.

— Não tenha receio, trago uma figa, duas figas, que me livram do quebranto, tornou Ricardo no mesmo tom.

— Deixe ver, disse a velha.

— Estão lá dentro, no coração.

A velha riu-se. E o advogado acendendo o charuto saiu a dar uma volta de passeio a pé, enquanto se ia buscar ao pasto o Galgo, que naturalmente andava também matando saudades, pois desde muito tempo residia na corte à Travessa do Espírito Santo n.º 19, cocheira do Viana.

Tomou Ricardo pelo mesmo caminho em que à primeira vez o encontramos, e não tinha dado