Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/29

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— Para abrigá-la do sol?... Decerto que o é!

— Neste caso deixe-me também experimentar. Faça-me o favor de passar o meu!

Fábio quis desobedecer e retorquiu; mas, insistindo a senhora, deu-lhe o chapelinho de cetim verde e contentou-se com apertar-lhe a ponta dos dedos, que não fugiram a tempo de escaparem à cilada.

D. Guilhermina tinha casualmente, por duas ou três vezes, encontrado o olhar perscrutador de Ricardo; e sentindo-se alvo da atenção do moço, também teve de seu lado curiosidade de observá-lo.

O chapéu de sol de Fábio interceptava-lhe o olhar; afastou-o pois, e adiantou o cavalo de modo a não perder os movimentos do moço, sem deixar contudo que ele o percebesse.

D. Guilhermina era bonita, e tinha consciência de sua formosura, que estava então no esplendor.

Teria vinte e oito anos; de desenvolvimento tardio, como uma dália a que faltasse por algum tempo o sol, essa idade que para outras começa