sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. São poesias de um peregrino, variadas como as scenas da Natureza, diversas como as phases da vida, mas que se harmonisam pela unidade do pensamento, e se ligam como os anneis de uma cadeia; poesias d’alma, e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser julgadas.
Quem ao menos uma vez separou-se de seus pais, chorou sobre a campa de um amigo, e armado com o bastão de peregrino, errou de cidade em cidade, de ruina em ruina, como repudiado pelos seus; quem no silencio da noite, cançado de fadiga, elevou até a Deos uma alma piedosa, e vertêo lagrimas amargas pela injustiça, e miserias dos homens; quem meditou sobre a instabilidade das cousas da vida, e sobre a ordem providencial que reina na historia da Humanidade, como nossa alma em todas as nossas acções; esse achará um echo de sua alma nestas folhas que lançamos hoje a seus pés, e um suspiro que se harmonise com o seu suspiro.
Para bem se avaliar esta obra, tres cousas releva notar: o fim, o genero, e a fórma.
O fim deste Livro, ao menos aquelle a que nos propozemos, que ignoramos si o attingimos, é o de elevar a Poesia á sublimé fonte donde ella emana;