Qual a esponja de líquido embebida,
De perpétua, letal melancolia
Pejado tenho o peito;
Minha alma amortecida,
E como que em seu túmulo encerrada,
Só pela dor à vida é revocada.
Oh minha alma, tu és como a lanterna
Do cemitério,
Que ante o altar, sobre um esquife solta
Palor funéreo.
A sorte choremos,
Que avessa nos é;
Mas não blasfememos,
Vivamos co'a Fé.
Oh prazer! Oh doçura da existência!
Meta tão desejada
De todos os mortais, para quem inda
Brilha no céu a estrela da esperança.
Oh benigno sol, que a vida aqueces,
Para mim te eclipsaste!
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