Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/225

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Armadas, marmóreos paços,
Vastos templos de Palmira,
Que Roma fez em pedaços.
Já foste Paládio, e ídolo
Do teu povo soberano;
Mas quebrou-te o templo, as aras,
O iconoclasta Romano.
Vem, princesa desgraçada,
Vem solitária comigo,
Vem chorar a antiga glória,
Que eu também choro um amigo.

Se ora invoco teus manes neste ensejo,
Não turbo as régias cinzas, que humilhadas
No exílio findaram sem momento.
Como tu, solitário a vida gemo,
E a passada ventura, que gozara,
Entre amicais amplexos, venturoso.

Mas que voz na soidão remonta aos ares?
Celeste Querubim baixa do céu,
E na flauta divina exalta o hino,
Que a terra a Jeová diurna envia.