Só suspiros exala, e as cordas gemem
Ao toque de meu dedo.
Suspirar, suspirar... Tal é meu fado!
Por que o céu fez-me assim? Ao céu pergunta,
Por que deu ele ao sol ígneos fulgores,
E palidez à lua?
Enquanto o sabiá doce gorjeia,
Gemem na praia as merencórias ondas;
E ave sinistra, negra esvoaçando,
Agoureira soluça.
Ao lado do cipreste verde-negro,
Desabrocha a corola purpurina
A perfumada rosa; e junto dela
Pende a roxa saudade.
Eleva-se a palmeira suntuosa,
E desdobra nos ares verdes leques,
E perto da raiz, à sombra sua,
Definha humilde arbusto.
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