Entre góticas pilastras,
Arroubado no infinito,
Cantei a vida futura,
Consolo de um peito aflito.
Sentado sobre ruínas,
Achei um eco na lira;
E sobre o nada da vida,
Deu-me sons qu'eu nunca ouvira.
Entre campas, e cipestres,
Sozinho num cemitério,
Chorando a sorte de um vate,
Na lira achei refrigério.
Solitário entre os viventes,
Do mundo desconhecido,
Como a planta errante d'água
Apenas tenho vivido.
A glória, esperança vária,
Sonho falaz do acordado,
Febre que os Gênios inspira,
Só me não tem inspirado.
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