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SUSPIROS POETICOS.

I.

INVOCAÇÃO

AO ANJO DA POESIA.



A VOZ DE MINHA ALMA.



Quando da noite o véo caliginoso
Do mundo me separa,
E da terra os limites encobrindo,
Vagar deixa minha alma no infinito,
Como um subtil vapor no aéreo espaço;
Uma angelica voz mysteriosa
Em torno de mim sôa,
Como o som de uma flauta harmoniosa,
Que em sagradas abóbadas rebôa.