Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/321

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Quais débeis canas que o tufão acurva.
Que horror, oh céus! Que sorte nos aguarda!

Se é nossa estrela que morramos todos,
Quero ser o primeiro
Em quem, oh ondas, sacieis a fúria.

Procuro embalde, cintilar não vejo
Santelmo de esperança;
Só vejo a morte abrir a foz medonha
Em cada vaga, que engolir promete
O lenho, surdo à voz do palinuro.

As velas ferram desmaiados nautas,
Rouqueja o capitão, soa a buzina,
Mulheres tremem, criancinhas choram,
E sobre a bomba passageiros curvos
Arquejando se afanam.

Fitas de fogo ardentes, inflamadas,
Entre rotos listões de negras nuvens,
No horizonte se estendem;