Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/34

Wikisource, a biblioteca livre


Da grande orquestra
Aumente o brilho
O Canto humano
Da razão filho.

Minha alma, aprende,
Louva a teu Deus;
Os teus suspiros
Envia aos céus.

Oh como é belo o céu azul sem nódoa!
Que puro amor nos corações ateia,
Como a pupila de engraçada virgem,
Que serena nos olha, e nos enleia.
Mas que imagem sublime a mim se antolha,
Com largas asas brancas como o cisne,
E roçagante toga, que se ondeia
Como flocos de neve alabastrina!
Uma harpa de ouro em suas mãos sustenta!
Oh que voz suavíssima e divina!
Oh que voz, que as paixões n'alma adormenta!