Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/342

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Oh Brasil, porventura lisonjeiro
Serei no meu dizer? Donde te veio
A Ciência das Leis, a Medicina,
A Moral, os costumes que hoje ostentas?
Quem te ensinou a perscrutar teus campos,
A pesquisar segredos, que a Natura
Em cada verme, em cada flor oculta?
Quem teu gênio subiu ao firmamento,
E os mistérios dos astros revelou-te?
Quem a tela, de cores matizando,
Mostrou-te retratada a Natureza,
Teus heróis, tua história, teus costumes?
Responda a gratidão. — Avulta, oh França!
Marcha, prospera; e tu, Brasil, prospera;
Estes meus votos são, outros não tenho.

Um povo sempre é filho de outro povo;
Um homem sem cultura não avança;
Sem ensino os espíritos não brilham.

Quem, Paris, sem amar-te pode ver-te?
E quem pode deixar-te sem saudade?
Ah! não beberei mais as eloqüentes
Lições, que me apraziam, de teus mestres!