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Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/90

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Doutrinado entre servos,
Afeito ao mando, a Liberdade odeia,
E o peito se endurece.
E vós cuidais ser livres!
Por vós, por vós só falo, oh Mocidade!
Ah não me detesteis; malgrado vosso
O mal herdastes; — mas o mal tem cura.

Ah quando bons costumes,
Pura Moral, amor nobre e celeste
Vos tomarão no berço?
Ah quando ah, quando a sã Filosofia,
Sobre vós seus fulgores espargindo,
Destronará a túmida indolência,
Que o vosso clima infesta,
E as portas à Ciência, e às Artes fecha?
O Egoísmo, que só para si olha,
Tudo em si concentrando,
E os laços quebra que os humanos ligam
Em fraternal amplexo,
Quando, de vós fugindo, aos vossos olhos
Deixará que paixões que alma enobrecem,
Sublimes resplendeçam?