Página:Til (Volume III e IV).djvu/235

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Atirada ao fundo de um sofá, na sombra que projetava um vaso de porcelana colocado diante da vela para quebrar a luz, tinha os olhos ficos na imagem de N. S. das Dores, que se via sobre a cômoda em um nicho de jacarandá.

Talvez pedisse à Mãe de Deus, à divina consoladora dos aflitos, um conforto para sua alma, atribulada naquele instante por pensamentos que a enchiam de horror e angústia.

Nunca passara pela mente de D. Ermelinda pedir a seu marido contas de um passado que não lhe pertencia, e até por melindre natural evitara sempre folhear aquela página da mocidade de Luís Galvão. Advertia-lhe o coração das desilusões que ali a aguradavam; e por isso preservara a sua ignorância