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Página:Tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber-sobre-a-urna-eletronica-brasileira.pdf/116

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Da votação nominal à votação numérica

Uma das grandes revoluções em relação à urna eletrônica foi a possibilidade de votar utilizando números dos candidatos, no lugar dos nomes. Antes da implementação das urnas, o voto era nominal, o que impossibilitava a votação de eleitores analfabetos.

A mudança para a votação através dos números dos candidatos não foi bem recebida pelos políticos, mas não havia opção melhor. Se a ideia era simplificar o sistema de voto, fazer o eleitor digitar o nome do candidato traria, além da demora, a possibilidade de erros de digitação que poderiam anular o voto.

Não foi fácil assumirmos isso, porque o candidato tem sua marca no seu nome. Sarney é Sarney. Sarney virar, na hora de votar, 15 ou 151 é complicado. Para nós conseguirmos enviar isso ao Congresso Nacional e explicar que não adiantava querer que o eleitor semianalfabeto, ou até mesmo o analfabeto, digitasse o nome do candidato foi muito difícil. Já pensou um nome complicado de um candidato? É terrível digitar. E o sistema nunca poderia interpretar nada. Por exemplo, se o candidato se chama Luís com S e o eleitor digitar Luiz com Z, o sistema não pode interpretar: ’ah, ele queria digitar Luís com S’. Vai anular o voto porque digitou errado. Então, o voto teria que ser numérico

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