vivem assim, comadre; nem os que têm... Enfim, não quero amofíná-la mais; vamos ver se ainda se pode fazer alguma coisa. É no que dão as condescendências. Quem quer belas flores e belos frutos poda as demasias da planta. É assim.
Levantou-se.
— Não quer uma xícara de café, compadre?
— Nada, obrigado.
Apanhou o chapéu e o guarda-chuva.
— E a comadre não desconfia de algum dos tais tipos?
— Eu nem os conheço; vivia sempre lá para dentro, metida comigo, no meu trabalho.
— E ela, aqui esparrimada à janela, de prosa.
Deu d'ombros, afundando o chapéu na cabeça; e, d'olhos altos:
— Mas que loucura da rapariga!
E ficou um momento a olhar o teto, meneando com a cabeça:
— Bem, adeus, comadre. Pois eu vou por aí, e se conseguir saber alguma coisa, dou um pulo até cá.
— Nós vamos mudar-nos.
— Quando?
— Amanhã.
— Para onde?
— Para o cais da Glória. Paulo achou lá uma casinha. O senhor compreende: não podemos ficar aqui - vem um, vem outro, perguntam...A gente tem vergonha.
— É natural, é. Pois é isso: faça o rapaz mover-se.
Caminhou até a porta e, voltando-se:
— Olhe, nós lá estamos... sem cerimônia. Para os