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Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/117

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era aquilo - a mesma aspereza, os mesmos ímpetos, dominando com a superioridade de um irmão mais velho e o outro não se zangava, ouvia calado, dizendo sempre: "O Fábio tem razão... O Fábio tem razão." Na moléstia do Paulo, quando a febre o prostrou entre a vida e a morte, desenganado pelos médicos, quem velara à sua cabeceira com maior carinho do que ele? E onde fora seu filho ganhar forças novas em convalescença tranqüila e animada senão em casa dele? Não, pobre compadre! Deixou a janela e, lentamente, foi caminhando para a sala de jantar. Felícia dobrava a toalha da mesa quando ela, encostando-se a uma cadeira, perguntou:

— Tu vais comigo, Felícia?

— Para onde? Para onde é que sinhá vai?

— Paulo encontrou uma casa no cais da Glória. Vamos para lá.

— Eh! eh! - fez a negra. - Tão longe!

— Qual longe! Então é longe?

A negra ficou algum tempo imóvel, a pensar, com um sorriso estampado no rosto macilento; por fim disse, resignada e submissa:

— Sinhá indo, que é que eu hei de fazer? - Depois, baixando o olhar, a passar a mão pela toalha dobrada, murmurou: Aquele mar ali perto é que é...

— Que tem o mar?

A negra levou, de repente, as mãos juntas aos olhos e pôs-se a chorar baixinho, pensando no filho.