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Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/136

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atirando despejadamente os cabelos, que chegaram quase ao chão, fartos e luzidios, como a cauda de um ginete de raça.

A nuca morena aparecia úmida, e ela torcia os cabelos, torcia-os como se os espremesse. De repente atirou-os para trás e ergueu-se. O colo teso forçava o corpinho com esforço e, como ela enrolasse os cabelos no alto da cabeça, em torre, um grampo caiu. Paulo abaixou-se. apanhou-o - os dedos tocaram-se e a mulatinha, faceirando ao espelho, perguntou, como se falasse à própria imagem:

— O senhor é daqui?

— Sou, por quê?

— Por nada. Pensei que era do Norte. Parece muito com um moço que eu conheci na Paraíba.

— A senhora é da Paraíba?

— Com a graça de Deus. E não estou aqui por minha vontade. Pudesse eu que amanhã mesmo tomava um vapor e voltava para a minha terra.

— Então não gosta do Rio?

— Eu!? Posso lá com isto! Estou aqui porque não há remédio. Não me dou com esta gente. Uma terra de miséria. Deus me livre! Não estou acostumada com estas coisas.

— E Mamede?

Ritinha encolheu os ombros, dizendo, com um risinho:

— Mamede? Uai! Não