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Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/213

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— Não, senhora. Escrevi uma carta pedindo-lhe uma quantia para não empenhar o broche; respondeu que viria trazer o dinheiro à senhora.

Riu com sarcasmo, repoltreando-se no sofá, com as pernas muito abertas.

— E não empenhaste o broche?

— Que remédio! O dinheiro está aí. Deu pouco: cento e cinqüenta. Pois é verdade, - derreou-se atirando palmadas às coxas: o nosso amigo Fábio é um excelente conselheiro. Em conselhos chega a ser perdulário. Quando eu lhe dizia...

— Ele também é pobre, coitado!

— Então para que vive a arrotar grandezas? O homem da casa voltou?

— Esteve aí.

— E então? ameaças, desaforos...

Ela conteve-se, suspirando; por fim disse:

— Ah! meu filho, nós não podemos continuar a viver assim. Não imaginas a minha vergonha. - E meiga, fitando-o: Sabes onde fui com Felícia? Fui empenhar uma jóia. Não aparecias...

— E empenhou?

— Então?

— Não faça mais essas coisas, mamãe; a senhora devia ter esperado. Não é vergonha dever.

— Pois sim, mas... é comigo que eles se entendem, sou eu que ouço os desaforos. E tu não te lembras dos vizinhos? essas mulheres, então, que não saem da janela. Não, assim é melhor. Vamos agora trabalhar, cada um por seu