— Ah! Mamede é da minha cor, não terá vergonha do meu filho. mas com um moço branco como o senhor... Não! Amanhã encontra uma moça bonita, quer casar... e Ritinha que se agüente no balanço.
— Má!
— Má, por quê?
Encararam-se e ele, apertando-a, ameaçou-a:
— Pois eu venho aqui todos os dias!
— Pode vir, contanto que Mamede não saiba.
— Que saiba! pouco me importa.
— Isso não, que eu não quero cenas comigo. Se o senhor tivesse uma moça por sua conta gostava que ela recebesse outro homem? Não, o direito é o direito. E para quê?
Olhou-o e, vendo-lhe os olhos abrasados, desatou a rir, resmungando:
— Hum! até faz medo à gente... Nossa Senhora!
— Pois eu já tinha apalavrado um cômodo.
— Eu não moro em cômodos.
— Por quê?
— Não gosto.
— Pois eu vejo uma casinha.
— Não quero, já disse. Que teima!
— Mas quero eu! - rugiu Paulo, apertando-a com fúria, procurando-lhe sofregamente a boca úmida que ela desviava encolhendo-se, a rir. Encontraram-se, por fim, os lábios e Ritinha, vencida, derreou a cabeça, retesando a gorja. Os