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Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/266

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e das torrinhas, num delírio, aos berros, o nome da cocotte era aclamado.

De repente, dum lado e doutro, em palpitante revoada, papéis esvoaçaram. Braços levantavam-se, esticavam-se colhendo-os no ar, amarfanhando-os, disputando-os; alguns ficavam em pedaços, mas continuamente, em torvelinho, vinham outros baixando a granel, e no recinto frufrulhava alegremente aquele perene rumor de vôos. Aurélio conseguiu apanhar um dos papéis e, lançando os olhos ao texto, arrevessou:

— Súcia! versos a uma biraia como esta... e assinados, Quem é o animal? Conheces?

— Não.

— É por infâmias tais que a Poesia tem baixado tanto. Besta!

E, furiosamente, rasgou a papelucho. Eugénie começara a cantar, numa vozinha infantil, com muitos rr e sorrisos.

— Vamos ao nosso whisky?

Paulo não respondeu - estava lívido, imóvel, d'olhos cravados num camarote, insensível a tudo, vivendo apenas para aquela visão.

Aurélio seguiu-lhe o olhar e murmurou, com enlevo:

— Bela mulher! Quem é?

O outro não respondeu, estatelado, como de pedra. De repente, recuando sem atender aos protestos dos que lhe ficavam em volta, afastou-se. Aurélio estranhava-o: "Que tens?" Ele encolheu os ombros, sacudiu o braço, nervoso, e distanciou-se da companheiro, mas hesitando, deteve-se, ficou a pensar, d'olhos em terra e,