— À noitinha.
— Pois bem. Então até logo. E se precisas de mais alguma coisa...?
— Não.
Frente a frente encararam-se; ela sorriu e, num movimento repentino, atirou-lhe os braços ao pescoço, ofereceu-lhe a boca, cerrando as olhos lânguidos.
Entrando em casa, Paulo foi direito ao quarto da mãe, bateu de leve na vidraça da porta.
— Quem é?
— Eu, mamãe.
— Entra.
O ar morno, denso, cheirava a alfazema. A lamparina ardia tristemente diante das imagens. Ele sentou-se à beira da cama:
— Então? Como vai?
— Assim...
— Pus a anúncio. Felícia não veio cá?
— Andou aí pela sala mexendo, resmungando.
— E a senhora comeu alguma coisa?
— Não tenho fome.
— Mas precisa comer.
Depois duma pausa anunciou:
— A companheira de Mamede vem ficar aqui, com a senhora.
— Quem é?
— A rapariga que vive com ele.
— Não quero.
— Por quê?
— Não quero.
— Mas se a lembrança partiu dele! Encontrei-