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Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/357

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para que Violante repousasse a cabeça, retirou-se. Chegando-se, então, ao cadáver, descobriu-lhe o rosto, inclinou-se com o cotovelo fincado na tábua, a fronte nas mãos, e ficou numa atitude desolada, imóvel, como pesando para uma alegoria fúnebre.

Quando Violante reapareceu todos se puseram de pé, olhando-a. Ela caminhou vagarosamente e, diante da mesa, com as lágrimas nos olhos, ficou esquecida, em contemplativa mudez. Paulo fitou-a e disse surdamente:

— Estamos sem mãe, Violante.

Mas o homem passou por ele, tocou-lhe de leve no braço.

— Dê-me o atestado, eu encarrego-me de tudo. O senhor, no estado em que está... Basta que vá à pretoria, é perto. - E, referindo-se à Violante: É melhor distraí-la. Vamos levá-la lá para dentro.

Ele concordou:

— Como queira; - e foi oferecer-lhe o braço.

Ritinha lembrou o café, era necessário para passarem a noite.

As dez horas o homem retirou-se. Violante acompanhou-o à porta, segredou muito tempo sobre o enterro, coroas, um vestido para mudar. E ele, afagando-a, desculpou-se:

— Bem sabes que não posso ficar contigo...

— Já fazes muito, meu velho. Vai, e não te esqueças. O vestido preto, sabes?

— Sei. Até amanhã. Cedo estou aqui. E descansa.