dos cabelos muito negros, confundidos com os bucres louros da boneca.
Depois o quadro e, acendendo um cigarro, sentou-se na cama e ia tirar as botinas que, com a umidade, se lhe haviam colado aos pés, quando ouviu os passos arrastados de Dona Júlia. A velha empurrou a porta e entrou, d'olhos muito abertos, a arquejar, e foi logo perguntando:
— Tu falaste no soldado? Quem sabe se não foi ele? - Paulo encolheu os ombros e a velha, sentando-se, continuou: Eu não atino com outra pessoa. Se não foi o soldado, foi alguém da Estrada de Ferro.
— Qual da Estrada de Ferro!
Depois de uma pausa, ela insistiu:
— Para mim, foi o soldado. Eu, se fosse você, ia de manhã ao quartel.
Paulo explodiu:
— Pois mamãe acha lá possível que Violante, vaidosa como é, saísse de casa com um soldado?!
— Quem sabe, meu filho!
— Ora!... Ela não deu esse passo por amor. Violante não quer bem a ninguém, nem à senhora, acredite. Se ela lhe tivesse um pouco de amizade, não saía de casa, como saiu, deixando-a de cama. Aquilo é a criatura mais indiferente que eu conheço. Se mamãe tivesse ouvido os meus conselhos, não estava agora aí chorando.
— Ora, Paulo... tinha de acontecer.
— Ah! Tinha de acontecer?... Não, não