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Página:Ultimas Paginas (Eça de Queirós, 1912).djvu/237

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Onofre, desde os vinte anos, vivia no deserto da Tebaida.

A sua caverna de Solitário era no alto de um monte, todo de rocha avermelhada e nua, sem um tojo ou musgo que lhe amaciasse a aspereza: – e decerto outrora abrigara salteadores sarracenos, porque a vasta laje que diante dela se estendia, em eirado, estava cerrada e defendida por um muro de pedras soltas, enegrecidas pelo fumo de labaredas, e com seteiras, como as de uma cidadela. Rudes degraus, escavados na penedia, desciam tumultuosamente a um vale, onde um fio de água, caindo de fraga em fraga, criara um horto de ervas silvestres, tamargueiras, terebintos, três altas palmeiras, e mesmo uma mimosa, que em cada Primavera floria e perfumava o ermo. Para