o espaço, punhados de rosas voltearam no ar, e uma chuva de moedas de prata e de cobre caiu sobre o povo, como no advento de um rei.
Depois, de novo o solar caiu em quietação e em silêncio. E D. Gil, que abandonara os livros, e não tinha já quem encontrar na solidão do bosque, e se saciara do exercício das armas, começou a achar os dias pesados e longos. As correrias pelos campos, com os seus homens de armas, agora bem armados e bem montados, não tinham motivo, nem destino: – e depois de galoparem nalguma planície, atravessarem alguma herdade, fazendo latir os cães e fugir as galinhas, descansarem à sombra de um arvoredo, e atroarem os vales com toques de buzina à mourisca, nada mais lhes restava que recolherem, pelo fim da tarde, cobertos de poeira, cansados, e sem aventura para contar à ceia.
Para seguir então, mais fielmente, a vida dos paladinos, como a aprendera nos livros, saía só com o seu escudeiro Pêro, que vestia um saio azul e branco (que eram as cores dos Valadares), trazia duas longas plumas brancas e azuis no gorro, e levava o montante e o broquei do seu amo. Ia então, para esperar aventuras, postar-se, como Roldão, no encontro de dois caminhos, ou, como D. Clarimundo, à entrada das pontes. Mas só encontrava algum almocreve, que o saudava humildemente, ou um