no ventre, contemplavam os grossos membros de Cristóvão. A uma ordem do Senhor, ele ergueu-se, deu um passo. O senhor apalpou-lhe os músculos, puxou-lhe mesmo a carapinha: - depois, a nova ordem sua, três homens trouxeram uma enorme espada de ferro, enferrujada, que parecia a clava de Hércules. Com um movimento ligeiro, Cristóvão brandiu-a no ar. Então o truão, arrancando a sua espada de pau, avançou para Cristóvão com os ademanes de um espadachim: os guizos do seu barrete tilintavam; a sua corcunda torcia-se grotescamente; e com uma vozinha esguia, gritava: “Peravante! Deus o manda!” Então Cristóvão baixou a espada de ferro; a sua boca fendeu-se, mostrou uma cavidade imensa – e saiu ela uma risada enorme, troante, ressoante. que abalou os vidros nos seus caixilhos de chumbo. A dama tapou os ouvidos com as mãos pálidas; os pajens por trás abafaram o riso; - e com um gesto de sua mão cabeluda, o Senhor mandou que conduzissem Cristóvão às cozinhas.
Embaixo, na cozinha, sob a alta chaminé, grandes peças de carne, em espetos, assavam diante de uma fogueira enorme que estalava – enquanto que, nas caçarolas suspensas de correntes de ferro, a água fervia fazendo palpitar as tampas. Os cozinheiros, com rolos de pau muito branco, enrolavam as massas; um jorro de água cantava numa bacia de pedra; e duas