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Página:Ultimas Paginas (Eça de Queirós, 1912).djvu/87

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pediu a Alfredo que lessem o santo livro àquele homem simples, que o ignorava.

Foi ao outro dia, por uma tarde de Outono. Já as árvores se desfolhavam; mais tristemente cantava o regato; e uma palidez banhava o céu. Para ouvir melhor, Cristóvão sentara-se sobre um alto monte de pedras derrocadas. Alfredo, rindo, trepava ao seu vasto joelho – e Etelvina sentou-se no outro joelho, tão simplesmente como se fora um rocha ou um cômoro de relva. Os seus pezinhos cruzaram-se como os de um anjo: as suas mãos pousavam castamente no regaço. Defronte, Alfredo abrira o livro: - e com a vasta face de Cristóvão entre eles, era como se estivessem sentados nos membros frios e duros de uma enorme estátua de pedra.

E toda a tarde, no silêncio do arvoredo. Alfredo leu a vida do Senhor. Disse a estrela brilhando sobre o seu berço, e os pastores de longe vindos para ele, misturados aos Reis que traziam tesouros. Depois homens duros chegavam com alfanjes: e o Menino sorria adormecido no colo da mãe, enquanto a burrinha, toque, toque, os levava para o Egito. Lá repousavam sob uma palmeira: o sol vermelho descia nas areias do deserto: e o menino, rindo, puxava as barbas de seu pai, cujo cajado floria como um ramo de açucena. Mas era tempo que, o longo rolo sobre o joelho, Santa Ana ensinasse