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Página:Ultimas conferencias e discursos (1924).djvu/294

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Os dentes são perolas,
Os labios rubis;
As tranças lustrosas
São laços subtis,
Que prendem, que enleiam
Amante feliz;
E’ collo de garça
A nivea cerviz;
Porem ninguem diz
O que é o nariz.
Beijam-se os cabellos,
E os olhos bellos
E a boca mimosa,
E a face de rosa
De fresco matiz;
E nem um só beijo
Fica de sobejo
Para um só nariz...
Ai! pobre nariz,
E’s bem infeliz!...”

E por ahi vai Bernardo Guimarães, mas não acha dar lyrismo ao nariz. Desventurado nariz! nunca apparecerá quem o tome por feitiço.

Vamos, porem, á mão. Feitiço de primeira ordem! Que é a figa, que se põe ao pescoço ou sobre o berço das crianças, e que muitas senhoras e muitos homens usam, como ornato, na pulseira, ou no collar, ou na corrente do relogio, senão um feitiço de especial condão, afastando o mau-olhado e a jettatura, attrahindo a felicidade? Já na mais remota antiguidade grega, havia mãosinhas votivas, mãosinhas de marmore ou