Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/322

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e ela se veste sem distinção ou se penteia sem gosto! Ora vós, bárbaros, podeis, revolvendo a história, acusar a casa de Sabóia de avara, de ingrata, de invejosa, de sanguinária, de mercenária

— mas certamente não podeis deixar de dizer que a parte da casa de Sabóia que possuís, e vedes de perto, tem uma soberba elegância, um dandismo impecável, e guia melhor os seus póneis que a mitológica Diana!

A casa de Sabóia entre nós é uma questão de toilette e de graça feminina: e melhores toilettes e mais distinta graça — sabei-o, ó bárbaros, não o encontrais na casa de Hohenzollern, onde as mulheres são pesadas e burguesas; na casa de Habsburgo, onde as mulheres ostentam uma majestade de teatro já desusada e caturra; na casa de

Borbom, onde as mulheres parecem intrigantes viragos; e na casa do Hanôver, onde as mulheres têm a frieza da alma e rosto que se sente nas libras! Orgulhai-vos,

Portugueses! Nunca tivestes no trono coisa assim! Conheceis a história? Cuidais por acaso que D. Mafalda, esposa do tão célebre Afonso Henriques, se oferecia ao seu povo incipiente em toilettes mais distintas? Pensais que D. Urraca, consorte do interessante

Afonso II o Gordo, expunha à aragem do Tejo coiffures de um vaporoso tão gentil?

Estais porventura na ideia que D. Mécia Lopes, digníssima