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papel, lápis, lousas, etc. — com treze vinténs por dia.

Note-se que, para a alta moralidade da sua missão, o professor deve ser casado. Pois bem, para criar uma família — treze vinténs por dia!

Mas ouçam! Já em 1813 a junta directora dos estudos pedia ao Governo que, pelo menos, desse aos professores primários 200$000 réis. Pedia-se isto há 60 anos! A junta dizia, energicamente: «decidamo-nos; sem ordenados suficientes não há professores idóneos». Em 1813, 200$000 réis para um professor era considerado pelas repartições competentes um ordenado — apenas suficiente. E em 1872, com o extraordinário aumento dos preços, a triplicada carestia da vida — o professor tem ainda de ordenado os velhos 120$000!

Note-se mais! Há 35 anos, Rodrigo da Fonseca Magalhães, considerando que o professor não podia viver, nem educar-se, nem aproveitar, com o ordenado avaro do antigo regime — determinou que os professores de Lisboa tivessem 400$000 réis, e os das outras terras 250$000 réis. Pois bem: daí a três meses essas medidas racionais e inevitáveis foram abolidas! Determinou-se até que aos professores não fossem pagos os ordenados vencidos — e arremessou-se de novo, violentamente, o professor para a indigência!

Além disso o professor de instrução primária