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ai do poço da Verdade.

O madrigal ficou para sempre suspirando esterilmente sobre a lombada dos livros de

Curvo Semedo, o pastoril desembargador; não se atreve a pôr o seu pé florido nestes caminhos revoltos da vida presente. Está tão longe de nós como os pastores vestidos de seda, apoiados a bordões de cristal. Hoje os pastores são rudes miseráveis, cobertos de farrapos. Não suspiram, em versos sonoros, as meiguices a Clóris: pedem mais pão aos patrões!

O madrigal é triste como uma flor de laranjeira de papel, desbotada, atirada para o sótão. Não há nada como belas verdades, sadias e robustas, frescas e moças!

A menina solteira! Vejamos o tipo geral de Lisboa. E um ser magrito, pálido, metido dentro de um vestido de grande puff, com um penteado laborioso e espesso, e movendo os passinhos numa tal fadiga, que mal se compreende como poderá jamais chegar ao alto do Chiado e da vida.

O primeiro sinal saliente é a anemia. Taine diz, pintando o sólido vigor inglês — que o dever essencial de uma menina é ter saúde. A saúde é o esplendor físico da inocência. Mens sana in corpore sano. Uma pele fresca e lisa, músculos que jogam livremente, busto direito, beiços vermelhos —