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cial, em que ele pudesse dar os seus serviços especiais — como, por exemplo, se tivesse desabado um muro.

Então correria. Assim, como era um naufrágio, o salva-vidas conservou-se imóvel, aboborando.

O salva-vidas da Foz tem um fiscal remunerado e tem a Comissão do Salva-vidas.

Esta comissão, cujas atribuições ignoramos, revela às vezes a sua existência na prosa das gazetas. Lê-se: «Ontem reuniu-se a Comissão do Salva-vidas, em assembleia geral, para deliberar»; ou «Foi mandada louvar pelo governo civil a Comissão do Salva-vidas».

Destas deliberações e destes louvores resulta que, quando se volta uma lancha com 24 homens, morrem 14; resulta que tem de se aprestar, rapidamente, na aflição, um barco casual, com homens voluntários e compassivos, que às vezes se volta numa violência de mar, e complica o desastre; e resulta que o salva-vidas, nem sequer finge.

Podia descer, molhar-se, navegar um instante: não; conserva-se agasalhado na sua habitação onde, dizem rumores gloriosos, ele está embrulhado em algodão, num cofre.