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falta de alimento, a falta de moral, a falta de higiene — queremos destacar, como um diamante de um colar, a falta de roupa.

Os presos — não têm roupa. Na última leva de degredados, os que partiram foram vistos sair do Limoeiro em farrapos a maior parte, e um ou dois quase nus.

O Limoeiro tem um lúgubre guarda-roupa: calças de linho, camisas de riscadinho, sapatos brancos e bonés de cotim. Daqui fornecem-se os faxinas, que são os presos encarregados de varrer e lavar os dormitórios e corredores — e, além dos faxinas, os presos pobres.

Ora quando se embarca uma corda de degredados, o carcereiro deve ter de véspera a relação dos que partem, para lhes preparar o enxoval, fatal e definitivo como a mortalha — uma camisa, uma calça, um boné e um par de sapatos!

Fiquemos a ver um pouco esta avareza imunda.

Um preso tem em Portugal, para o seu degredo de África — uma camisa e uma calça. A França, que não é exemplar na organização dos seus serviços penais, dá ao deportado seis camisas, três blusas,