Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/40

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gravíssimo risco e que milagrosamente escaparam as passeantes.

Um dia ao romper d'alva a moça e a menina, depois de deliciosos tragos de café, seguiram vagarosamente e distraídas para S. João do Príncipe.

Aspiravam com prazer as fragrâncias matinais exaladas das moutas de baunilha e da relva delicada, ao passo que caminhavam.

Finalmente, meio fatigadas assentaram-se sobre um tronco carcomido e tombado junto à estrada.

Os primeiros raios do dia rompiam indiscretamente a folhagem, projetando no chão avermelhado inextrincáveis claros e escuros que faziam os ramos.

Esqueciam-se elas das horas e sorriam internamente ouvindo as melodias tremuladas pelas aves.

Tinham-se levantado e por entre os troncos das seringueiras acompanharam os movimentos de um enorme jacaré, vendo-o mergulhar ao longe, no meio do rio.

Nesse instante perceberam, atrás de si, um barulho nos espessos matagais que encobrem as possantes raízes dos gigantes da floresta.

O seu primeiro sentimento foi de curiosidade, mas logo tremeram de terror.

Acabava de saltar para a picada uma figura... Mas que figura!

Um negro horrendo, cujas feições angulosas e agudas emprestaria ao demônio a mais tenebrosa imaginação de pintor.

Empunhava medonho facão áspero de ferrugem e nu da