Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/49

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talvez acarretasse conseqüências funestas, máxime para ela.

Eustáquio rompeu o silêncio que conservava, falando:

— Dou-lhe, Branca, o conselho de fazer os arranjos necessários porque vamos definitivamente partir.

— Os preparativos já estão feitos há muito tempo, replicou a moça.

Eustáquio perturbou-se, todavia continuou decidido:

— Se assim é...

Antes de terminada a frase entraram os paraenses, e o protetor de Rosalina que não tinha vontade de continuar a conversar foi ter com eles guiando-os até o cadáver, que estava ainda perto das janelas de uma saleta próxima à cozinha, no lugar onde caíra.

— Quem matou este homem? perguntou um deles.

— A mesma pessoa que matou, noutro dia, o negro da estrada, respondeu Ruperto que apresentou-se então.

— Você a viu? interrogou de novo o caboclo.

— Não, porque o tiro partiu dali, disse o escravo indicando com o dedo o cimo da árvore que, à margem do Iapurá, oferecia sua folhagem ao sopro das brisas.

— Que bom atirador! exclamaram todos.

— É verdade, disse Eustáquio, porém o que eu admiro é o modo porque ele se oculta, e a constância com que permanece pronto a defender a minha causa em qualquer momento.

Depois deste colóquio o marido de Branca tirou da cinta que cingia o cadáver um saco repleto de cartuchos