A natureza no norte do Brasil e, em geral, nessa zona ardente que afronta os dardos de fogo, caídos verticalmente de um sol intertropical, é esplêndida.
Por ai corre o Amazonas. As suas náiades e as dos seus numerosos tributários, deslizando serenas, beijam com indolência os ramos floridos das seculares árvores que se debruçam sobre elas. Tocando apenas às duas margens deixam-nas impregnadas de fertilidade; e realizam os belos sonhos de Orelíana, enchendo-as de riquezas que só esperam o braço diligente e ativo para se transformarem em ouro.
Entretanto só rasgam-nas esses rios, correndo-as lentamente para tirarem por único fruto os belos madeiros que são vomitados no Oceano, e todas essas magnificências naturais são contempladas somente pelos olhos luminosos da onça, rainha dessas matas, ou pelo selvagem feroz e altivo, que as despreza.
A uma sossegada baía cavada na margem setentrional do Amazonas encostara-se uma pesada embarcação.