Dous negros mais ousados o atacaram, mas rolaram-lhes aos pés. Terceiro foi morto ainda.
Um quarto, porém, com rapidez felina atirou-se a ele e a despeito da sua valentia assassinou-o.
Os mais ferozes e enraivecidos saciaram os seus instintos no cadáver.
Em seguida um montão de carnes sem formas foi arrojado aos borbotões espumantes da torrente, que haviam devorado o feitor.
Estavam livres os cativos!
Com os ferros ainda ensangüentados, correram às habitações. Iam saqueá-las. O roubo seria o primeiro emprego de uma liberdade comprada por dous homicídios.
Algumas horas mais tarde estava o saque terminado e o incêndio rompia de toda a parte.
Tremendo protesto acabava a escravidão de lavrar contra a sua própria permanência num meio civilizado!
Uma escrava, a única que havia na fazendola, horrorizada à vista do cadáver do senhor, fugira dentre os companheiros, que não notaram o seu desaparecimento senão quando, terminado tudo, quiseram abandonar o teatro de seus crimes.
— Fujamos! exclamou então um negro. Mariana (a escrava) foi denunciar-nos!... Eu a vi correr para S. João do Príncipe. Fujamos!
Os escravos, sem perda de tempo, dispersaram-se todos, buscando um refúgio na mata.
Em alguns minutos, porém, viram-se cercados, agarrados e manietados por uma multidão de pessoas.
O subdelegado de polícia, avisado pela escrava, assim os