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Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/85

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Se quiserem tomar vingança desse Eustáquio, que tanto mal lhes fez,... estamos prontos para os auxiliarmos.

— Queremos, queremos! disseram a uma voz os negros.

— Aceitam pois a minha proposta?

— Aceitamos!

— Então, é negócio feito. De hoje em diante nós, brancos, uniremos nossos esforços para facilitarmos a vingança que vocês desejam, e vocês, pretos, unirão os seus para facilitarem a nossa pretensão, isto é a posse do dinheiro do tal Eustáquio.

— É bom lembrar, observou um negro sorrindo, que nós não queremos unicamente nos vingar... alguma cousa mais não destruiria o prazer da vingança.

— Pois bem, gaguejou o chefe dos espanhóis, meio desconcertado e olhando de modo estranho para os patrícios que riam-se, do que encontrarmos vocês terão uma parte.

— Está dito! disseram aos ladrões do Equador os assassinos do Brasil, está dito! Somos companheiros.

Assim celebrou-se a aliança entre as duas quadrilhas.

Exatamente quando nas florestas se tramava a sua perda, o honrado esposo de Branca, julgando-se em segurança, entregava-se as suaves alegrias domésticas.

Os bandidos deixaram passar-se algum tempo antes de tomarem uma resolução definitiva. Esperavam uma ocasião em que pudessem surpreender facilmente, a família de Eustáquio. Entretanto alguns espiões vigiavam-lhe a casa, de dia e de noite.

Um desses espiões apresentou-se uma vez ao chefe dos espanhóis, que pouco a pouco se fizera chefe de todo o bando, e lhe disse:

— Quase sempre,