A manhã estava triste. O sol empanado subia do nascente, clareando a paisagem com uns raios tímidos atirados de vez em quando por entre as nuvens que voavam, ora rasgadas em estreitas fitas, ora distendidas em amplos lençóis. Por sobre os píncaros arredondados das montanhas resvalavam massas de nevoeiro até se deixarem cair lento a lento pelas quebradas. Por toda a parte reinava o silêncio. Somente depois de longos intervalos ouvia-se o gemer da floresta açoutada por um golpe passageiro de vento, ou grito repetido de alguma ave perdida no mato.
Triste como a manhã, muda como a paisagem estava a morada de Eustáquio. Por cima dela pairava alguma cousa de sinistro.
Em torno da habitação, Ruperto e os engajados permaneciam firmes nos seus postos. Os espanhóis disfarçados trocavam de tempos a tempos gestos suspeitos, que aos seus companheiros incautos passavam desapercebidos.
Na sala principal via-se o esposo de Branca. Dormitava sobre um sofá. As fadigas da véspera haviam-no acabrunhado. Ao seu lado via-se o padre Jorge. Recostado,