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Página:Ursula (1859).djvu/118

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— E entretanto sabes que ele quer desposar-te?

— Disse-mo na mata, quando me anunciou seu amor apaixonado. Mas perdoai-me de vos não ter ainda relatado esse triste acontecimento da minha vida. Via-vos tão débil, tão desalentada... que me não atrevia a dar-vos esse golpe. Uma tarde, não há muito, estendi o meu passeio até a mata próxima, e aí meditando sobre as promessas de...

Úrsula enrubesceu, e a voz sumiu-se-lhe dos lábios.

Depois de leve pausa continuou:

— Esqueci-me das horas, o tempo foi passando, e só ao cair da noite é que dei fé de mim e tratei de voltar. Nesse comenos, ouvi o estampido de uma espingarda, e uma pobre perdiz que, ferida, veio como pedir-me socorro. Acolhia-a ao seio; mas nem bem o havia feito, que dei junto a mim com um homem, que me fixava com olhos sinistros.

Tomou a donzela algum alento, e só depois de alguns minutos é que pôde relatar à sua moribunda mãe a sua fatal entrevista. Terminada que foi a narração acrescentou: — Por último cobrei ânimo e quis fugir-lhe; mas ele implorou em vosso nome, e eu ouvi-o!

Louca, louca, que eu fui, tinha diante dos olhos o comendador P***, o perseguidor de minha mãe, e...

— O assassino de teu pai, minha Úrsula – interrompeu Luísa B. com indefinível amargura.

— Será possível? – exclamou a moça atônita.

— Sim – tornou ela – acaba de confessar-mo num transporte, que diz de vivo arrependimento.

— Oh! Que horror! – disse Úrsula levando as mãos ao rosto lívido de pavor.

— E diz que loucamente te adora, e quer compensar-te