Página:Ursula (1859).djvu/127

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ou venha a perigar por uma viagem imprudente, e que só pode revelar pouco ânimo da minha parte.

Depois curvou-se sobre a moça, e chamou-a. Essa voz amada lhe ecoou na alma. Úrsula abriu os olhos, e reconheceu Tancredo.

— Sois vós? – disse num transporte indefinível de amor e de esperanças. – Oh! Então é verdade que Deus escutou as minhas súplicas?! Tancredo, em nome do céu salvai-me!

— E o que receais, prenda do meu coração? – interrogou o mancebo, revendo-se nos olhos dela.

Então Úrsula, levantando-se com ímpeto, porque tinha despertado completamente do doloroso torpor de suas faculdades, olhou em torno de si, e exclamou:

— No cemitério!!... – E seus olhos exprimiram pavoroso enleio.

— Eu no cemitério! – tornou após breve pausa, e um pranto sentido, mas já menos desesperado se desprendeu de seus olhos, e ela soluçou:

— Minha mãe!... minha mãe! Tancredo, ela já não existe!...

E aqueles dois corações, unidos pelo amor, oraram pelo descanso eterno de Luísa B.