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Página:Ursula (1859).djvu/154

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Tancredo! Rápido foi o teu regresso; mas hás de arrepender-te, assim como tu, velha louca e maldita!

Levem-na, – disse, acenando para os dois negros que a tinham conduzido – levem-na, e que ela confesse o seu crime.

— Filho – objetou o padre, – filho, em nome do que nos há de julgar não mandeis flagelar esta pobre velha; ela é inocente.

O comendador bramiu de cólera, e lançou-se sobre a pobre escrava.

— Confessa a tua cumplicidade, diz-me para onde foi ela, ou apronta-te para morrer.

Susana havia dito a Tancredo que Úrsula lhe falara de um perigo iminente, se ele Tancredo retardasse mais o seu regresso, e que esse perigo criava-o o comendador; lembrava-se de que o moço partira imediatamente para o lugar por ela indicado, e onde devia estar Úrsula, persuadiu-se mesmo algumas vezes de que a moça, para escapar às perseguições de seu tio, se houvesse submetido à proteção do mancebo, e fugido; mas tudo isso não era mais que suposição e quando mesmo ela o soubesse com certeza, estava longe de querer denunciá-la a um homem que tão funesto era para quantos o conheciam.

Pediu a Deus que lhe pusesse um selo nos lábios, e o valor do mártir no coração.

— Então... – tornou ele enfurecido – confessas, ou não?...

— Não sei, meu senhor! – replicou Susana.

— Não sabes quem seja o seu sedutor? Não o viste sair em sua companhia?...

— A menina saiu só, eu a quis acompanhar; porque ela estava louca de aflição; mas disse-me: — Proíbo-te que