no convento de *** aguarda hoje pela cerimônia que a vai unir para sempre ao homem da sua escolha... ao homem por quem desprezou meu amor, e até meu ódio! Oh! Juro-lhe pelo inferno, que o sorriso de sonhadas delícias, que sorriem sobre a minha desesperação, apagará de seus lábios minha justa e completa vingança. Tancredo! Hoje mesmo o anjo pálido da morte te dará o beijo de idolatrada esposa; e a terra úmida do sepulcro serrará sobre ti as brancas cortinas do leito nupcial.
— Introduz-me no seu quarto, Túlio – continuou delirante – quero matar esse homem antes que seja o esposo de Úrsula! Eu te cumularei de favores; dar-te-ei metade da minha fortuna se ma pedires.
— Senhor! – exclamou Túlio aceso em legítima cólera – Que ação tão vil pratiquei eu algum dia que possa merecer-vos semelhante conceito?
— Estás louco, imbecil? Não vês que peço, quando podia mandar?
— Covarde! – bradou Túlio, esquecendo a pessoa com quem falava, e quanto essa palavra insultuosa o poderia perder – Matai-me muito embora, estou em vosso poder; mas não me insulteis! Não, nunca espereis que proteja o assassino, mormente contra aquele que me arrancou da escravidão!
— Cala-te! – interrompeu o comendador roxo de ira – Esqueceste acaso de quem sou? – Fechou os punhos, e dos lábios gotejou-lhe sangue, rugiu como uma onça, e arremessou-se sobre o negro.
Túlio, aliás, aguardava imóvel esse último esforço da desesperação; mas a Fernando caíram os braços inertes, e por um segundo ficou absorto e contemplativo,