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Página:Ursula (1859).djvu/95

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inquieta, como se um perigo iminente estivesse a ameaçá-la.

O cavaleiro enfim partiu, e ela nada disse, e só um soluço doído, como o de quem geme de um pesar profundo, lhe rebentou do peito.

Tancredo transpusera já grande espaço, e Úrsula ainda não mudara seus olhos umedecidos de sobre ele, e o mancebo prosseguia rápido, até que uma ilhota de verdura o encobriu à vista da saudosa donzela. Então deixou o lugar dessa tocante despedida, e, como desejosa de confiar a alguém a dor das suas saudades foi correndo à mata, onde tinha ouvido dos lábios dele a confissão sincera do seu amor, e logo para aí dirigiu os passos, penetrou a mata, e lá, junto ao tronco secular, começou a derramar sentidas lágrimas. O sol, segundo sua marcha inalterável, dardejava na terra seus últimos e enfraquecidos raios, insinuando luminoso resplendores por entre as franças do arvoredo da mata solitária.

E Úrsula soluçava com lembrança da partida de seu jovem adorador, quando ao longe julgou ver dois pontos fugitivos. Era Tancredo, era Túlio, ela os reconheceu, ou melhor, o seu coração reconheceu o primeiro; e ela louca de afeto, que lhe requeimava o peito, estendeu-lhe os braços com delírio e com voz sufocada de novo lhe enviou seus ternos protestos. Mas ele ia já muito avançado para ouvir-lhe essa voz saída do coração.

A donzela então saiu da mata; porque lembrou-se de sua mãe, e volveu para ela; mas no dia imediato, à mesma hora do crepúsculo, voltou à mata, e imergida em sua meditação às vezes esquecia-se de si própria para só pensar no seu Tancredo. Soltando as asas à