Um vulto.
E' mulher.
Será a Ignacia?
Vem de trouxa á cabeça.
E' ella mesma, a preta aggregada aos Suans.
— Então, rapariga?
- — Ah, seu moço, vou-me embora. Alguem ha de ter dó da velha. Na casa da peste papuda nem mais um dia. Antes morrer de fome!...
— Que coisa houve?
— Não sabe que morreu a aleijadinta? Pois é, morreu. Morreu a pobre só porque hontem esta negra foi ao bairro do Liborio e a chuva me prendeu lá. Se eu pudesse adivinhar...
— Mas de que morreu a menina, creatura?
— Sabe de que morreu? Morreu... de sede! Morreu, sim, eu juro, um raio me abra pelo meio se a coitadinha não morreu...
Aqui soluços de choro cortaram lhe a voz.
—... de sede! Meu Deus do céu, o que a gente não vê neste mundo!
A menina era entrevada e a mãe má como a irára.
Dizia sempre: pestinha, porque não morre? Bocca atôa, a comer, a comer. Eslica o cambito, diabo!
Isso dizia a mãe — mãe. hein?
A Ignacia, entretanto, morava li só para zalar da aleijadinha.
Era quem a vestia, e a lavava, e arrumava o pratinho daquelle passarico enfermo.
Sete annos assim.
Excellente negra!
— Coisa de tres dias, 'garrou uma doencinha, dor de cabeça, febre, febre. Dei chá de hortelã, nada, dei cidreira, nada. Sempre a quentura da febre. Disse commigo. o compadre Liborio é bom curador. Vou lá e trago uma